Como e onde o Estatístico pode ser essencial
– Onde o estatístico encontra oportunidade para trabalhos? |
|
Remuneração: O Estatístico ganha bem?
– O mercado está bem aquecido, sobretudo na região de São Paulo. |
|
Consultoria em Estatística – Dicas
– Para quem busca algumas dicas para prestar consultoria estatística. |
|
Pesquisa Eleitoral – Dicas diversas
– Muitas informações úteis sobre a área de Pesquisas Eleitorais. |
|
Entrevistas/Experiências Profissionais
– Conheça a trajetória profissional de alguns de nossos estatísticos. |
Quem é o ESTATÍSTICO?
O Bacharel em Estatística é um profissional que se especializa em ANÁLISE DE DADOS, portanto, tem uma diversidade de áreas para atuar. Todos os segmentos do mercado de trabalho, sem exceção, utiliza dados para tomada de decisão. Uma das matérias-primas do estatístico é, justamente os BANCOS DE DADOS. Dos mais simples, como uma planilha eletrônica, ou cadastros em papel, até os mais complicados como fotografias, imagens de radar, textos diversos, ou até mesmo uma pintura (obra de arte), tudo pode se transformar em matéria de estudo de um estatístico.
O ESTATÍSTICO pode atuar em dezenas de setores diferentes, cada um com suas particularidades e necessidades, por isso, é importante que o profissional esteja sempre aberto a novas aprendizagens e disposto a trabalhar com profissionais de diferentes áreas.
Leia abaixo algumas entrevistas de profissionais que usam seus conhecimentos estatísticos para melhorar as tomadas de decisão na nossa sociedade.
Conheça as experiências profissionais de alguns estatísticos do CONRE-3. Inspire-se nas histórias e construa, você também, sua trajetória de sucesso
Estatística na área acadêmica – Aulas na área de estatística para cursos específicos ou a profissionais de outras áreas
Prof. Dr. Paulo Ricardo Bittencourt Guimarães – Coordenador do curso de Estatística da Universidade Federal do Paraná – UFPR “Quando jovem, sempre tive interesse em realizar análises de dados em minhas atividades do dia a dia, mesmo sem muita organização. Numa palestra no colégio soube que existia a profissão de estatístico e me identifiquei imediatamente. Durante a minha carreira atuei em diversas áreas, mas certamente aquela que mais me identifico é a Bioestatística. Poder aplicar técnicas de análises estatísticas na área de Saúde, especificamente, me traz um reconhecimento maior. Percebo pela satisfação dos pesquisadores que meu trabalho é valorizado nesta área. Hoje, gosto bastante de lecionar a estatística básica. Já lecionei mais de 10 disciplinas diferentes como Inferência estatística, Probabilidade, Estatística não paramétrica etc. Mas o desafio é maior nas disciplinas de estatística básica. Fazer despertar, no jovem, o interesse pelo uso de técnicas simples que poderão trazer qualidade ao trabalho que ele desempenha, é muito gratificante. O curso de estatística exige bastante do aluno. O importante é perseverar e se dedicar, certamente o esforço será recompensado. Tenho visto alguns alunos desistindo e achando que em outro Curso terão mais facilidade. Mas não acredito que outro curso seja menos exigente. No entanto, certamente, uma aptidão para análise de dados ajuda bastante. A carreira é promissora e certamente será cada vez mais demandada pela sociedade. Aos poucos o mercado tem aberto novas frentes para os profissionais da área. Na verdade, dentre os profissionais que já atuam, pouquíssimos são dedicados a difundir informações sobre a profissão, talvez com receio de concorrência. Por muitos anos, me dediquei a divulgar a profissão em palestras em escolas de Curitiba, no entanto, não vejo hoje como sendo uma prioridade da comunidade local de Estatística.
Estatística em Direito – Jurimetria – Disciplina que utiliza a Estatística para compreender o Direito
Julio Trecenti – Presidente do CONRE-3 e Diretor da ABJ (Associação Brasileira de Jurimetria) “As análises estatísticas mostram para os advogados o que acontece dentro dos tribunais, em temas como corrupção, especialização da justiça em matéria empresarial, aperfeiçoamento do processo legislativo, análise de impacto regulatório, adoção, pessoas desaparecidas, congestionamento judiciário, ações do consumidor, falências e recuperações judiciais e acordos em ações trabalhistas. O objetivo é entender como juízes, advogados, legisladores, promotores, partes, empresas e cidadãos em geral se comportam. Assim, é possível antecipar cenários e planejar condutas no exercício da advocacia, na elaboração das leis e na gestão do Judiciário. O assunto tem ganhado cada vez mais repercussão, em especial às pesquisas de jurisprudência. A estatística pode ser uma importante ferramenta para descrever cenários jurisprudenciais e ajudar na tomada de decisões, desde a formulação de políticas públicas até a construção de estratégias processuais”
Para saber mais: clique aqui
Estatística em TI e Área Social (ONU)
Paulo Alcocer – Consultor de Projetos em TI – “Fui selecionado pela ONU para participar de uma missão em El Salvador como Especialista em TI – uma vez que depois da Estatística fiz cursos de Engenharias e pós-graduação em Gestão de Projetos em TI. A missão durou 1 ano e a área geográfica era o triângulo centro-americano – Honduras, Guatemala e El Salvador. O projeto era muito voltado para a área social, como indicadores, índices e pesquisas estratificadas. Liderei um grupo de estatísticos e econometristas para elaborar uma metodologia usando séries temporais e o modelo ARIMA, cuja finalidade era a predição de valores de indicadores nos próximos meses. Além do aspecto humanitário e de levar os valores da ONU para projetos tão importantes, a oportunidade traz uma reflexão de contribuição ao mundo. Estamos falando de três países que estão no topo da lista dos mais violentos que não estão em guerra. Os governos locais têm especialistas e funcionários de variados graus, mas quando a questão é gerar números oficiais, eles não têm um IBGE ou institutos estaduais como o Brasil. Chamam a ONU para auxiliar, por exemplo, na integração de base de dados da Policia Nacional, na criação e treinamento de metodologias, no mapeamento de indicadores georreferenciados para o Ministério de Justiça, ou não análise e ordenação de dados em mapas para a embaixada americana. Ter uma base estatística faz com que os olhos abram para uma realidade metafisica, ou seja, vai além do que os pesquisadores de campo, sociólogos e cientistas políticos colhem no dia a dia em suas funções.”
Para saber mais,: clique aqui
Estatística em CRM – Customer Relationship Management – Termo que designa o gerenciamento do relacionamento com clientes, em geral, por meio de um sistema.
Fernanda Cardoso Rosa Gonçalves – Estatística no Sebrae/SP- “Cheguei à estatística por meio da matemática. Sempre tive habilidade com números, daí, acabei me interessando por ciências exatas. A primeira graduação que fiz foi matemática aplicada à análise de sistemas. Durante o curso, percebi que a área de sistemas de informação era o meu mundo. Com o decorrer do tempo, cheguei à conclusão que fazer uma segunda graduação em estatística possibilitaria ter novas ferramentas. Dessa forma, poderia sistematizar e analisar melhor os dados. Atualmente trabalho na área de inteligência de mercado, especificamente em atividades de Customer Relationship Management (CRM) e Bases de Dados no Sebrae, maior organização brasileira de serviços de apoio, consultoria e educação em gestão de negócios. A visão integrada, aliada à análise de sistemas e à estatística, me possibilitou executar processamentos com grandes bancos de dados e analisar os resultados desses processamentos. Esse conhecimento foi necessário para o processo seletivo na organização onde estou atualmente. E o conhecimento em estatística é fundamental para a função que exerço hoje, analisando bancos de dados. Não basta ter um banco de dados ou conjunto de dados com informações dos clientes. Também não basta fazer alguns cálculos em cima desses bancos de dados. É preciso entender a estratégia de negócios da empresa e como opera o mercado. Além disso, é necessário dispor de técnicas para analisar os dados. É nessa parte que a formação em estatística é muito relevante, no uso de técnicas para analisar esses bancos de dados. Isso ajuda a empresa a alcançar melhores resultados.”
Estatística em Analytics – Habilidade em utilizar dados, análises e raciocínio sistemático para conduzir um processo de tomada de decisão mais eficiente
Marcos Coque – Proprietário da Metanalytics, empresa de consultoria de Inteligência Analítica “Não conhecia a carreira antes de entrar na faculdade. Entrei no IME-USP com o intuito de fazer computação, porém, durante o primeiro ano do curso tínhamos as matérias de estatística e comecei a conhecer as aplicações e possibilidades da carreira. Então, no segundo ano, optei por cursar estatística. Atualmente, sou consultor e presto serviços de estatística e analytics. A estatística sempre foi fundamental em minha vida profissional. Uma experiência interessante foi sempre ter contribuído em outras áreas como engenharia, economia e risco, onde o conhecimento em estatística sempre foi fundamental. Além da parte técnica, a formação em estatística proporciona um desenvolvimento do raciocínio lógico e estruturado, que é muito útil nas empresas para resolução de problemas e desenvolvimento de soluções.”
Como analytics funciona: Uma unidade hospitalar que cuida de bebês prematuros utiliza uma análise em tempo real com base em gravação de cada respiração e cada batimento cardíaco de todos os bebês em sua unidade. Em seguida, analisa os dados para identificar padrões. Com base na análise do sistema é possível prever infecções 24 horas antes de o bebê apresentar sintomas visíveis. Isso permite uma intervenção precoce e tratamento que é vital em bebês prematuros.
Antônio de Castro Bruni – Estatístico na CETESB – Cia de Tecnologia e Saneamento Ambiental – “Na década de 70, a carreira de estatístico era recente. Como havia pouquíssima informação, posso dizer que, na verdade, fui escolhido por ela. Minha primeira opção no vestibular foi Engenharia, a segunda, Matemática, na qual entrei, aí tive contato com a Estatística e fiz a opção pela carreira por descobrir que ela possui muitas áreas com aplicações. Ainda como estagiário na CETESB, desenvolvi um método para estimação das constantes naturais de desaceleração de um veículo automotor, tecnicamente conhecido como coasdown, que foi fundamental para o ensaio em laboratório das emissões veiculares e de consumo de combustível. Esse trabalho, hoje norma brasileira, foi o que levou o Diretor de Pesquisas da empresa a me contratar para auxiliar na criação do Proconve – Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores.”
Como funciona na prática: Por meio dos conhecimentos, é possível fazer uma avaliação do efeito do uso do ar-condicionado no consumo de combustível e nas emissões dos automóveis. Também são os estatísticos que auxiliam na criação de escore para divulgação de dados de qualidade da areia das praias.
Estatística na área de Qualidade
Nara Regina Spall Martins – Consultora Estatística – “Conheci a estatística por meio da pedagoga da escola onde fiz o Ensino Médio. Hoje trabalho com consultoria. Minhas principais áreas de atuação são qualidade, marketing, risco operacional, auditorias, compliance e acompanhamento de modelos. Toda empresa, seja ela pequena ou grande, indústria ou serviço quer oferecer um trabalho de qualidade. Nesse ponto, o estatístico pode atuar em diversas etapas dos processos de uma empresa para garantir a qualidade e para isso é fundamental conhecer o negócio e suas metas. A empresa deve ter claro o que considera qualidade, qual o nível de qualidade esperado e a qual custo. O estatístico pode auxiliar nestas decisões através de indicadores de negócio, pesquisas de satisfação entre outros. Além disso, pode medir a qualidade no processo de fabricação do produto, na qualidade dos fornecedores, na logística, nos sistemas de medição através de técnicas especificas para cada tipo de atividade. Dessa maneira, os gestores poderão fazer os ajustes necessários nos processos em questão. Alguns exemplos de metodologias são: CEP (controle estatístico do processo), MSA Análise do sistema de medição, modelos de otimizações na logística da empresa, os projetos de seis sigma, planejamentos e experimentos. Os testes de confiabilidade de produtos também têm papel importante na qualidade. Muitas empresas se certificam em normas técnicas de qualidade e o estatístico pode tornar-se auditor aplicando metodologias e raciocínio estatístico para testar se a empresa está atuando conforme norma estabelece.”
Zika Vírus, Microcefalia e a atuação da Estatística
Prof. Dr. Edson Zangiacomi Martinez – Estatístico atuante na área da saúde, docente oferece explicações sobre as análises estatísticas e os impactos causados à população. Um dos assuntos de maior destaque no início do ano é a epidemia de Zika Vírus e sua relação com o aumento nos casos de microcefalia. A hipótese foi transformada em fato nas publicações da imprensa, respaldada por especialistas da área da saúde e baseada em análises estatísticas. Mais do que isso, com bases nesses números, surgiram divergências entre os profissionais que afirmam e os que preferem não arriscar comentários sobre a relação entre o mosquito e a doença. Como as informações têm base no que a estatística apresenta, o CONRE-3 conversa com o Prof. Edson Zangiacomi Martinez, livre docente e Diretor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP/Ribeirão Preto). Nesta conversa, Martinez, que é estatístico com mestrado em Estatística e doutorado em Ciências Médicas, fala sobre os relatos divulgados e explica a diferença entre associação e causalidade. Ainda defende grandes estudos prospectivos com equipes interdisciplinares para evidências mais robustas e fala sobre o papel da imprensa e da população frente à ansiedade vivida recentemente. Leia a entrevista aqui.